Oferecer um jantar em casa


Aquilo que muitas vezes parece ser espontâneo e natural na organização de um evento, é muitas vezes fruto de muito planeamento e organização. Sem essa programação rigorosa, o sucesso torna-se muito difícil senão mesmo impossível.

Photo by  Jordan Arnoldon on Unsplash

• Receber bem, assenta sobretudo em pequenos pormenores e são muitas vezes os pequenos detalhes, que tornam a ocasião única e os primeiros a ficarem na memória dos convivas, e embora seja sobretudo na comida que se sucedem as oportunidades de brilhar, estes não têm que estar cingidos à comida, pois poderão estar presentes em qualquer aspecto do evento em si. Na forma como colocou a mesa, num determinado arranjo de flores, nas velas, numa qualquer atenção que reservou aos convidados a determinada altura.

• No caso de se tratar de um jantar gourmet em casa, e pela experiência que tenho, será boa ideia não exceder as 8 pessoas no total. Primeiro porque, para alguém como eu, que não conta com ajuda profissional para oferecer o jantar, um número que exceda esse irá ser muito difícil de gerir não só pela organização em si, mas também porque uma das chaves para tornar a ocasião um sucesso, é sem dúvida nenhuma, os anfitriões estarem presentes, verdade? Ora se o grupo for muito grande, mesmo que sejamos muito organizados e façamos o maior número de coisas de antemão, é impossível conseguir corresponder às expectativas.

• Então, partindo da premissa de que é um jantar, que já sabemos o número de pessoas, qual o público-alvo e o local onde decorrerá o evento (pois se for no exterior é fundamental estarmos informados sobre as condições atmosféricas), há ainda uma série de aspectos dos quais nos interessa precaver. Comecemos pelo planeamento minucioso do menu. E aqui, logo à partida, é preciso ter vários aspectos em linha de conta:

1. A altura do ano

Ter presente qual é a altura do ano e os produtos frescos que a estação oferece ou que a caracteriza. Bem sei que já há morangos o ano inteiro e até melancia, mas quanto mais coadunada com o seu tempo for a ementa, mais conseguida se tornará. Por exemplo, se for altura de marmelos ou de castanhas, porque não considerar um puré de marmelo ou de castanhas como acompanhamento? Estão a acompanhar-me?

2. Restrições alimentares

Alguém, entre os convidados, tem alguma restrição alimentar? Interessa saber. Subtilmente na altura de dirigir o convite faça a pergunta. Dessa forma sentir-se-á à vontade para dar asas à imaginação. Se pelo contrário, alguma das pessoas disser que é alérgico a marisco ou que simplesmente não gosta, por exemplo, esse é obviamente um aspecto a ter em consideração. E isto leva-nos ao ponto seguinte.

3. Conheça o público-alvo

Sim, aqui mais uma vez, conhecer o tipo de pessoas que irá ter à mesa, irá influenciar o cardápio, pois há pessoas de quem podemos conhecer logo à partida alguns gostos. Ou que gostam muito de peixe, ou que gostam muito de determinado prato, ou o inverso, que não gostam de determinado ingrediente (Coentros, orégãos, borrego…) Isso tudo deve ser tido em conta. Ou como dizem os ingleses “Have to know your audience”. Quanto a mim, ninguém que me ofereça favas, ok?  👎

4. Evitar repetir pratos oferecidos anteriormente

Não há qualquer problema com a repetição de um prato oferecido anteriormente, até porque o mesmo pode ser uma especialidade sua, do agrado de alguém em particular, e até já sabe que vai sair bem, e surtir o efeito desejado, contudo, a repetição do mesmo prato pode muitas vezes também ser interpretada como falta de imaginação por parte de quem oferece o jantar. Dito isto, eu evito fazê-la. Para me ajudar a relembrar as ementas tenho um ficheiro com as ementas de todos os jantares gourmet que já ofereci aqui em casa. É fácil.

5. Não repetir alimentos na ementa

Elaborar a ementa sem que repita nenhum dos alimentos principais da sua confecção. Por exemplo, se o prato principal tiver na sua composição arroz, não se considerar para sobremesa arroz-doce. A ementa é uma história que se vai contar. A mesma tem que ligar do princípio ao fim em harmonia e equilíbrio.

6. Pense no momento de servir

Não escolher pratos que impliquem a obrigação de ter que se avançar para a mesa num preciso momento ou que obriguem à sua permanência na cozinha até ao momento de servir. Não complique e evite stresses desnecessários.

Nessa altura sim, tem todas as coordenadas reunidas para poder começar a definir o menu, sobre o qual nos iremos deter num futuro post. Para já, e para finalizar por agora, como para se receber bem é sempre importante colocarmos muito de nós próprios no evento, não há festa minha cá em casa que não comece invariavelmente com um produto da minha eleição, o champanhe. Saúde! 🥂

Mimi à la carte

Um lugar onde a casa, a comida e outras descobertas felizes se juntam. Sobre mim.

Para questões ou sugestões, estou aqui.

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