Um ovo não é só um ovo


• Ainda recentemente saiu uma notícia nos meios de comunicação de que a França se prepara para proibir a venda de ovos frescos provenientes de galinhas criadas em gaiolas.
Até que este cuidado com as condições de vida dos animais seja imposto por decreto, em qualquer dos estados membros, cabe ao consumidor informado ter atenção, sobretudo, ao modo de criação dos ovos que consome, bastando-lhe para o efeito reparar no ovo. Está tudo lá timbrado.

• São 4 os códigos de modo de criação e dividem-se em:
0 – Ovos de criação biológica
1 – Ovos de galinhas criadas ao ar livre
2 – Ovos de galinhas criadas no solo
3 – Ovos de galinhas criadas em gaiolas

Código 3 – Sistema de gaiolas

• Os ovos aos quais são atribuídos o código 3 são os mais frequentes e simultaneamente os menos saudáveis. Provêm de galinhas que passam toda a sua vida adulta numa gaiola com iluminação condicionada, de forma a dar-lhes a ilusão de que há mais horas de sol do que o normal, para assim se manterem mais tempo acordadas, comerem mais e consequentemente se desenvolverem mais depressa e terem maior produtividade, portanto.

Código 2 – Produção no solo

• Neste caso, as galinhas são criadas no solo e não em gaiolas, contudo, estão juntas numa média de 10 animais por m2 e não têm possibilidade de sair para o exterior. Ao que consta, tanto nos animais produzidos neste código como no anterior é-lhes cortado o bico para que se evitem situações de stress como “comportamentos anormais” de se poderem atacar umas às outras dando azo a canibalismo ou auto-mutilações. Porque será?…

Código 1 – Produção ao ar livre

• Tal como o próprio nome indica, são galinhas que têm acesso ao exterior, ao “ar livre”. Embora também disponham de 1 espaço interior, não muito diferente do das galinhas do código 2, têm também um espaço exterior com uma densidade mínima de 4 por m2 por animal.

Código 0 – Modo biológico

• As galinhas neste caso beneficiam não só de uma alimentação proveniente de agricultura biológica, mas deverão também ser produzidas segundo as normas que preveem que as mesmas tenham que ter:

Zonas de poleiros para que se possam empoleirar e assim dormir da forma em que é normal na sua espécie.

Uma área de alojamento interior até 6 galinhas por m2, o que proporciona um menor risco de contágio por doenças entre a espécie e consequentemente uma desnecessária necessidade de administração de medicamentos e antibióticos do que nas produções anteriormente referidas.

Uma área no exterior para exercício com 4 m2 por cada galinha.

Todas estas normas, para além de proporcionarem uma vida mais prazerosa ao animal, farão seguramente com que o produto final que chega ao nosso consumo seja de maior qualidade. Penso que não deverão haver muitas dúvidas quanto a isto.

Dúvidas também não existem, se olharmos para o preço dos ovos com base nos códigos referidos, já que, à medida que o número do código vai diminuindo, o preço vai aumentando, bem sabemos.
Mas quando vai ao supermercado comprar ovos para fazer o seu ovo mexido pela manhã ou a sua salada à hora de almoço ou ainda um determinado bolo, pense nisso, pense nas condições de vida dos animais que enquanto consumidor está a alimentar, e já agora, pense também na sua saúde. É que um ovo não é só um ovo.

Mimi à la carte

Um lugar onde a casa, a comida e outras descobertas felizes se juntam. Sobre mim.

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